terça-feira, 27 de março de 2018

À deriva

Há um frio que está lá fora
Há um frio que vive fora
No calor de um sol contínuo

É o frio dos corações
Dos nossos corações mais longínquos

Os que fogem e se esquecem
Os que sofrem devagar
Hora a hora, dia a dia
Vão ficando menos vivos

Há um frio que é mantido
Pelo silêncio e indiferença
Nem o sol ilumina e clareia a realidade

É o frio que comanda
É o frio que se acende
Como chama que consome

E os nossos corações vão ficando pequenos
Tão pequenos que irão flutuar
Como cascas de noz à deriva.
À deriva pelo mar.


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